Mais uma vez eu vejo tudo, e percebendo que tudo se repete.

Às vezes só muda os personagens, herdeiros desse teatro que se reproduz.

Palco mal montado, aplausos forçados, para as mesmas apresentações,

sem efeito sem emoção, mas a plateia está atenta no levantar das cortinas nenhuma surpresa,

o mesmo show apresentado e que vem se repetindo,

mas ninguém tem coragem de se levantar das cadeiras,

acomodado e observam o que eles já conhecem bem.

De vez em quando alguém resolve vaiar, só que é abafado pelas aclamações da maioria,

alguém resolve se levantar e ir embora, só que é barrado na saída pelo um brutamontes.

Querendo ou não tem que deixar chegar o fim do espetáculo.

Muitos acham melhor fingir, outros já aprenderam a gostar,

outros estampam nos rostos suas indignações.

Já conheço esse espetáculo, tanto que só observo agora a plateia sendo manipulados,

todos Senhoras e Senhores no controle dos atores que estão se apresentando

no palco do teatro dos horrores. O espectador que deveria ser o coadjuvante,

nem imagina que ele era quem deveria ser o ator principal.

Sair do meio dos outros espectadores tomar o palco para si e protagonizar o show

e renovar a apresentação, fazer um espetáculo digno, para que ajam aplausos de sinceridade.

Em vez disso aplaudam de pé e quando finalmente sobem no palco

é para se apresentarem como fantoches, presos com barbantes, sendo conduzido

e os outros, rindo e aplaudindo e assim vai se seguindo essa contemplação,

e o show vai continuar e quando as cortinas baixarem vai ser tarde de mais. 

Texto: David Jossen Rapjoteiro (Careta Moderno)